segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

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domingo, 8 de janeiro de 2012

UM PÁLIDO PONTO AZUL



A civilização, de tempos em tempos, sofreu abalos que desacomodaram verdades que até então eram sólidas e que respondiam perguntas existenciais - Quem somos, de onde viemos, para onde vamos...As respostas prontas vindas dos meios conservadores e dominantes, tais como Academias e a Igreja foram suficientes até determinada época, quando então, a ciência e a pesquisa foram conquistando espaço e passaram a ocupar um papel mais relevante na sociedade. Algumas passagens da história causaram grandes impactos, ferindo o narcisismo da humanidade , abalando e desacomodando crenças e valores ditas como verdades até então.

O primeiro grande colapso narcísico foi quando Galileu Galilei, por volta de 1600, afirmou que a terra não é o centro do universo e é ela que gira em torno do sol, o que contrariava a teologia tradicional da época, custando a Galileu um julgamento por heresia pela Santa Inquisição.

O segundo grande colapso narcísico , foi quando Darwin, por volta de 1850, escreveu a Origem das Espécies, sobre os resultado de suas pesquisas principalmente à que se refere a descendência dos humanos dos primatas.

Outro grande colapso para a humanidade e para o conhecimento que se tinha até então, foi quando Siegmund Freud sentenciou: " O Ego não é o Amo e Senhor nem em sua própria morada", e que somos regidos por uma parte de nosso psiquismo , até então desconhecida , o Inconsciente.

Estes "colapsos" contribuíram para que a humanidade fosse avançando para uma consciência mais elaborada de si e do mundo.
Apesar disso, o o lado oriental desse ponto azul suspenso no escuro universo, já estava compreendendo a complexidade da interdependência e da impermanência. O própria Buda dizia que tudo que existe é o co-surgir interdependente e simultâneo e que tudo está em constante transformação.

Um Monge do século VI disse:

" Tudo o que existe é uma joia arredondada sem dentro e nem fora".














quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O ENSINAMENTO DE DOGEN


CONCENTRAÇÃO NA SERENIDADE

Dogen usa a imagem de uma gota de orvalho refletindo a luz da lua para descrever o estado de meditação. Ele sugere que assim como toda a lua se reflete numa gota de orvalho, um completo despertar pode ser experienciado pelo ser individual.
A meditação Zen - as vezes descrita como conscienciosidade ou concentração na serenidade - é feita sentando em posição ereta, com as pernas cruzadas. Dogen ensina que esta prática, chamada zazen, não é apenas um método pelo qual se alcança o despertar, mas é ela mesma despertadora*.
O modelo para despertar no Zen, como em outras formas do budismo, é a compreensão experienciada pelo Buda Shakyamuni na meditação.

A lua
residindo em meio à
mente serena;
vagalhões penetram
na luz.

Este poema escreto por Dogen, intitulado " Sobre a pratica do zazen", ilustra o aspecto dinâmico da concentração na serenidade. A luz do luar, que parece imóvel, bruxuleia sobre as ondas do oceano, que se quebram ruidosamente contra as rochas, rebentando em gotículas. Milhões de partículas de luz se estilhaçam, se espalham e se fundem. Para Dogen, a prática da meditação implica essa espécie de permeação mútua entre uma "luz" individual e a atividade de todas as coisas. Embora a pratica de uma pessoa seja parte da parte da prática de todos os seres despertados, cada prática individual é indispensável, pois atualiza e completa a atividade de todos como um Buda.

Esta meditação é uma fonte de compromisso criativo com a vida.


* Pode também entender que sentar na postura de zazen já é um despertar - despertar para o zazen implica num despertar. (nota de Monja Kokai)

Texto extraído do livro Escritos do Mestre Dogen - A Lua numa gota de orvalho.
Introdução do livro, escrito e organizado por Kazuaki Tanahashi.