quinta-feira, 28 de março de 2013

COMUNICADO

DEVIDO AO FERIADÃO DE PÁSCOA NÃO HAVERÁ ZAZEN NA SEXTA-FEIRA,  DIA 29 DE MARÇO. HAVERÁ ZAZEN E RECITAÇÃO DE SUTRA DOMINGO, DIA 31 DE MARÇO.
GASSHÔ

sexta-feira, 15 de março de 2013

BAZAR

Por eu ser uma religiosa, durante o ano de 2012 fui recebendo doação de roupas. Fui guardando sem saber muito bem o que fazer com elas. Durante o verão foi-se percebendo a necessidade de um ar condicionado para nosso espaço. Na sequência conheci uma pessoa que tinha um para vender, usado mas em bom estado, que poderia atender nossa necessidade mais urgente. Custo: R$ 250,00.


Decidi realizar um bazar com as doações. Seria em minha casa pois é perto de uma vila.
Havia um certo temor por ser uma experiência totalmente desconhecida. Mas eu já estava com o coração aberto para esta experiência. Abrir a minha casa para isto já era uma consequência disto.
Sábado pela manhã, uma vizinha veio me fazer companhia e de saída já teve que ajudar no bazar. Ela já tem experiência no ramo pois ela é responsável pelo bazar que acontece uma vez por mês na igreja do bairro. Com o dinheiro do bazar os voluntários da igreja compram cestas básicas para muitas famílias.
A maioria da clientela veio da vila, como eu já imaginava. Mulheres trabalhadoras, verdadeiras guerreiras, antigas conhecidas minhas, vizinhas de muitos anos. Conheço elas e seus filhos desde pequenos, meninos e meninas  , pois a minha calçada fica na rua que liga a vila ao bairro,  onde fica a escola, a parada de ônibus, a creche da prefeitura (fundamental na vida dessas crianças) pois é o que permitiu à essas mulheres poderem trabalhar e oferecer melhores condições de futuro para seus filhos.
Vieram as mulheres, seus filhos, suas filhas, muitas que já são mães, assim trazendo seus netos.
Me surpreendeu a educação de todos os que vieram. Foi uma lição de cidadania.
Ninguém pediu para entrar na minha casa nem com a desculpa de ter que ir no banheiro, nenhuma criança foi "abusada", e tive outro "tapa de luva". Num dos engradados tinha roupa para dar de graça. Ofereci uma calça de cotton para uma das mocinhas e ela me disse: "Até gostei mas como sei que não vou usar vou deixar para quem vai aproveitar mais, não vou ser olhuda."
Não precisa dizer mais nada não é? Eram os meus preconceitos recebendo um golpe atras do outro.
Uma situação me surpreendeu pois eu divulguei que havia muita roupa masculina boa , algumas calças masculinas de lã,  agora para o inverno. Pensei nos velhinhos. Na vila não tem velhinhos, só velhinhas. Assim como a maioria dos que compareceram foram mulheres. Alguns filhos vieram comprar camisas masculinas para irem no culto, todos evangélicos. Mas também acho que acontece nessa vila o que acorre nas maioria das favelas desse pais. Grande contingente de jovens,  que poderiam ser o nosso maior patrimônio, estão mortos ou presos. Isto é a maior chaga desse pais. Cada jovem que se perde de forma tão irresponsável, é uma perda incalculável para a nação como um todo. E a culpa não são dessas mães. Ela fazem o que podem e muito mais...
Mas o mais importante dessa experiência é que foi um ato interreligioso.
Uma monja budista e uma voluntária da igreja católica, num lindo dia de sábado, solidariamente, vendem roupas para os evangélicos.
E vejam, a feirinha rendeu exatamente os R$ 250,00 que precisávamos para pagar o ar condicionado.
Quero aproveitar para agradecer a todos os doadores, principalmente a Ana Fukui , pois suas roupas fizeram o maior sucesso.
Agradeço também a minha vizinha Vera e a  todas as minhas amigas da vila.

Gasshô!



sábado, 9 de março de 2013