quarta-feira, 28 de dezembro de 2016
HOMENAGEM À DILMA VANA ROUSSEFF
Dilma Vana Rousseff
A Presidenta legítima.
Ainda assimilando a oportunidade de
participar do café (na verdade era suco de uva) com Dilma Rousseff. Ela recebeu
um grupo de mulheres envolvidas em movimentos inter-religiosos e ecumênicos,
assim como ativistas por direitos humanos e cidadania.
Algo no mínimo curioso antecedeu este
encontro. Faziam poucos
dia que eu havia voltado de São Paulo onde estava em retiro com minha mestra,
Monja Coen. Lá eu comprei um livro na lojinha do Templo e pedi que Coen Roshi
fizesse uma dedicatória para Dilma Rousseff. O nome do livro é Para uma Pessoa
Bonita, escrito por uma mestra zen japonesa, a mestra da minha mestra, Shundô Aoyama
Roshi. Cheguei no RS e ainda não sabia como faria para que o livro chegasse até
ela. Dois dias depois recebo o convite para participar desse encontro. Tempo e
espaço conspirando! Causas e condições estavam postas.
Ela era aguardada com muita
expectativa e excitação pelo grupo de mulheres. A recebemos com muita alegria e
ela estava muito à vontade. Pessoalmente eu achava que ela ficaria conosco uns
15 minutos e iria embora. Mas ela foi ficando, falando sobre a vivência dela
como presidenta, as principais dificuldades vividas nessa relação de uma mulher
num cargo dessa envergadura , as
resistências que encontrava, o preconceito e a misoginia que atravessou todo o
processo que culminou no impedimento, no golpe de estado. Foi generosa em
presença, em falas e depoimentos, foi esclarecedora sem ser monótona, sua
narrativa era de quem contava uma história, um parte importante da história
recente desse país, que tivemos a honra de ouvir da própria voz da principal
protagonista. Somos testemunhas vivas desse tempo e lugar. Podemos imaginar o
significado disso para as nossas vidas?
Falou sobre o câncer
que teve, sobre a ditadura e sobre a prisão e tortura
que sofreu.
Pessoalmente, sinto-me afortunada. Mas posso afirmar: Eu
mereço viver este momento. Não que eu tenha feito algum esforço ou algo
especial para isto. Simplesmente tive o mérito de escolher o lado certo da
história, não ter vacilado em nenhum
momento de confiar na honra e honestidade dessa mulher. Sou psicoterapeuta há
30 anos e muitas histórias já ouvi. O ouvido do terapeuta vai ficando treinado
para pinçar incoerências e dilemas. Não é da minha competência identificar e
nem julgar os possíveis dilemas dessa mulher. Mas posso afirmar que em três
horas de falas, responder às perguntas, estar generosamente presente de
corpo e alma como se diz, eu não percebi nenhum incoerência. É isso que a deixa
tão verdadeiramente ela mesma. Me impressionou seu discernimento de não levar
para o lado pessoal essa vivência que poderia ser tão avassaladora. Ela
suportou tudo de cabeça erguida. Caiu mas caiu de pé. Getúlio Vargas não suportou.
Bela, elegante e altiva. Forte, muito forte, apesar de
feições e mãos delicadas. Sua força vem de dentro, sua voz revela isto. Simples e natural, muito mais atualmente, fora
das pressões palacianas.
Mais uma vez a vida lhe impôs desafios. Nesse cenário todo de
traição, corrupção, intrigas, jogos de poder e tudo o de mais abjeto, ela
emerge feito flor de lótus, flor de extrema beleza. Essa flor nasce na lama, da
lama mas não se macula por ela. Dilma emergiu dessa lama toda intocada por ela.
Talvez se não fosse esse mar de lama toda a sua beleza e grandeza não teriam
sido tão expostos.
Vida longa à Dilma Vana Rousseff!
domingo, 25 de dezembro de 2016
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
BENÇÃO ZEN VALE DOS SINOS - ZENDÔ RIO BRANCO
Coen Roshi abençoa a nova sala de meditação, que irá acolher a sanga budista em mini-retiros ou retiros de final de semana. São Leopoldo e região do Vale do Sinos poderá contar com mais um lugar para sentar-se e acalmar a mente em presença de Budas e ancestrais. Serão todos bem vindos!
ROHATSU SESSHIN - RETIRO EM HOMENAGEM À ILUMINAÇÃO DE SHAKYAMUNI BUDA
De 1º de Dezembro até o dia 08 acontece esse retiro pois de acordo com o calendário Budista, Buda atingiu a completa Iluminação após permanecer em meditação, sentado embaixo de uma Figueira(Ficus Religiosa), durante sete dias e sete noites e, no despertar do 8º dia, observando a estrela da manhã, esclarece dizendo: " Eu, a grande Terra, e todos os seres, simultaneamente nos tornamos o caminho Iluminado". E assim, por 45 anos seguiu ensinando o Caminho da Sabedoria e da Compaixão, para o benefício de todos os seres.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
PRECISAMOS FALAR SOBRE POLÍTICA
PRECISAMOS FALAR SOBRE POLÍTICA.
Uma cena
hoje me comoveu. Eu caminhava para minha hidroginástica e percebi um cachorro de rua perambulando na calçada.
Caminhava visivelmente cansado e com fome. Fuçou num lixo em busca de comida e
foi corrido por um senhor. Enquanto
transitava na calçada outros cachorros latiam para ele de dentro dos pátios das
residências, demarcando seus territórios. O cachorro, em seu desamparo, ora
saia da calçada e ia para rua, quando vinha carro voltava para calçada. Mais a
frente o vi entrando num Posto de Saúde. Ele permaneceu no pátio , perto de uma
fila de pessoas. Parece que ali ele encontrou um refúgio onde por breves momentos poderia se
recuperar de seu cansaço pois ninguém o escorraçou. Talvez por piedade ou/e por
ser um espaço público , onde ninguém é o dono ao mesmo tempo que todos são,
ninguém teve a iniciativa de enxotá-lo dali. Segui meu trajeto e não sei o paradeiro
do pobre cão. Fiquei refletindo. Moradores de rua tem nos espaços públicos, praças, estações de metrô, marquises e viadutos como locais onde podem se recuperar de suas
andanças intermináveis. Em tempos de
políticas neoliberais que tentam convencer a população que achatar o Estado,
diminuir o Estado e com isto as políticas sociais, é o
mais eficaz em nome da eficiência e modernidade , que é a única solução para
resolver a crise, assisto a tudo isto com muita preocupação. A política das privatização reduz o compromisso que o Estado
tem com o espaço público, com o coletivo, com o bem-estar social. Nessas
condições a pobreza e o desamparo aumentam assustadoramente. Como religiosa que
sou, monja Zen Budista, as vezes vem uma “cobrança” e uma expectativa que eu
possa assumir iniciativas de realizar trabalhos comunitários e voluntários para
dar alguma assistência aos pobres e miseráveis. A Igreja Católica é uma
referência nesse sentido e é compreensível que esse olhar seja dirigido para
mim, como religiosa. Quando fui ordenada monja eu própria me cobrava “Faça
alguma coisa”. Caridade e culpa são vetores cristãos. Me percebo contaminada
por esta influência cristã e tenho que discernir entre esta postura e os
preceitos budistas. As regras de ouro do cristianismo e do budismo são
parecidos. Se pautam em misericórdia e compaixão. Fazer o bem a todos os seres.
Fazer o bem sem olhar a quem, como dizem.
Desde 2014 o
Brasil tem vivido fortes turbulências políticas que interferem no espaço
público e privado. As coisas evoluíram de forma que os mais prejudicados
novamente são os pobres e os oprimidos. Enquanto eu vivia o dilema pessoal
sobre qual a melhor forma de colocar meus serviços religiosos à serviço dos
outros, como cidadã fui acompanhando todo o cenário político do país e com isto
aprendendo sobre política. Assim concluí
que neste momento, a minha melhor contribuição será me somar a tantos ativistas
que cobram as devidas políticas sociais, lutar por justiça social. Há debates
amplos que devemos nos envolver mas que estão interditados , assunto para outro momento . Um dos grandes
debates interditado é sobre política.
“Política e religião não se discute”. À serviço de quem e do quê isto se
mantém? Devemos começar desconstruindo esta falácia. Para bem de todos os seres!
sábado, 12 de novembro de 2016
terça-feira, 8 de novembro de 2016
FEIRA DO LIVRO
A comunidade Zen Vale dos Sinos participando da 30º Feira do Livro da cidade de Passo Fundo, representando nossa Mestra Coen Roshi. Os ensinamentos de Shakyamuni Buda se espraiando por todas as querências!
sexta-feira, 21 de outubro de 2016
TEXTO DO AMIGO NANU MUGAI
Como os dois lados de um guidão de bicicleta: Se uma das mãos
pesar mais que a outra, caímos. E a queda nos ensina a estabelecer uma maior
harmonia entre as duas mãos. Ainda assim é provável que cairemos algumas vezes
até o ajuste fino ser alcançado. Cada queda fará parte do aprendizado. Um dia,
de repente, percebemos que estamos andando de bicicleta; nos equilibrando e
sentindo a satisfação do passeio. A julgar pelo que noto naquelxs que já “andam
de bicicleta” com maestria, após concluído o aprendizado básico, sequer lembramos da
mão esquerda e da mão direita; só existe “andar de bicicleta” - o que não é
sinônimo de estar imune a novas quedas como parte de um aprendizado ainda mais
aprimorado. Tenho a impressão de que é assim com o binômio percepção/expressão.
O que nossos "ouvidos e olhos" estão nos propiciando em
possibilidades e profundidade de percepção da realidade? O que nossas
"mãos e boca" estão dizendo para o outro? Essa máquina de ver e ouvir
se interpõe entre nossa percepção E a realidade. É útil e também é ilusória; de
forma que, em última análise, o que vemos e ouvimos é nós mesmos. Da mesma
forma, o que expressamos - durante - é expressado por nós. Já o que "o
outro" percebe, é elx mesmx.
Quando sento-me em Zazen a prática primária é de percepção.
Seguir a percepção da realidade incluindo suas camadas. Há dor? Percebo a dor.
Há pensamento? Percebo o pensamento. Há memória? Percebo a memória. E assim
prossegue por várias camadas. Não é que uma camada tenha sumido, ela está lá,
mas outra foi incluída e assim por diante. Durante, percepções equivocadas ou
mais ilusórias se dissipam em mais apurada percepção da realidade. E, como
efeito colateral, minha participação no mundo se torna mais consciente e
inclusiva. Quando sento-me em outras técnicas de meditação a prática primária é
de criação. Seguir coadunando níveis de percepção com exercícios de vontade
criacional. Emoções, memória e criação mental têm função ferramental. E minha
participação no mundo também se torna mais consciente e inclusiva.
É a realidade e não a idealização a matéria prima do que há, do
que é; e surge o que faço. Há um eu - e seu nível de efetividade e realidade é
apenas parte do processo - que se vale da utilidade de existir como agente. Eu
só será útil enquanto for capaz de exercitar algum nível de existência. Após
suprimido, a natureza pode se aprimorar, mas a ação perde em execução – neste
mundo da ação. Parece um jogo muito fino e delicado.
Talvez o centro da condução equilibrada dessa bicicleta seja
"ouvidos e olhos" preparados para perceberem a realidade da forma
mais clara e "mãos e boca" preparados para expressarem da melhor
forma ao outro aquilo que seja mais benéfico para o outro perceber como
espelho.
terça-feira, 18 de outubro de 2016
UM DIA DE RETIRO
Dia 15 de outubro tivemos nosso dia de retiro - zazenkai - em homenagem a primavera!
Que seus aromas e o gorjeio dos pássaros tragam doçura e luz para nossas vidas.
Com as bençãos de todos os Budas!
FÓRUM INTER-RELIGIOSO E ECUMÊNICO DO RS
Encontro inter-religioso ocorrido no dia 10 de outubro.
Os palestrantes falaram sobre o momento político atual que vive nosso país seguido de debate.
Por mais democracia e direitos preservados.
Nossa reza deve ser essa nessa conjuntura, em benefício de todos os seres!
GDIREC - ENCONTRO DO GRUPO DE DIÁLOGO INTERRELIGIOSO
Após um período de recesso, o grupo de Diálogo Interreligioso da Unisinos, retoma seus encontros.
Dia 07 de outubro de 2016.
Por mais cidadania, por mais direitos humanos , por mais igualdade e proteção às minorias.
Axé - Amém - Gasshô...
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
MINI RETIRO - ZAZENKAI
Zazenkai significa retiro de um dia, quando podemos ter uma breve vivência da rotina da vida em um mosteiro Zen Budista. Fazemos zazen(meditação sentada), cerimonias, trabalhamos em comunidade, refeição em oriokys e aprendemos sobre os ensinamentos do Darma de Buda.
DATA: 15/10 Sábado
HORÁRIO: Das 7h30 às 16h
LOCAL: Zen Vale dos Sinos, Rua São Pedro, 1124-alto
São Leopoldo
VALORES: R$ 70,00 para membros contribuintes e R$ 100,00 para os demais.
INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Monja Kokai
Telefones (51)91338990 ou 3592-0456
Email: monjakokai@gmail.com
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