segunda-feira, 29 de março de 2010

NOVIDADES NO ZENDÔ



- ZEN E IOGA –

Em parceria com a professora de ioga Maria Teresa passamos a ofereçer aulas de ioga em nosso espaço. Veja ao lado, nas atividades regulares.




MUDANÇA NO DIA E HORÁRIO DA INTRODUÇÃO AO ZEN-BUDISMO E ZAZEN PARA INICIANTES

Passa a acontecer todos os 3º sábado de cada mes, no horário das 14h00.

CURSO DE PRECEITOS E PROCEDIMENTOS BUDISTA.

Dirigido aos praticantes regulares do Zen Vale dos Sinos.

Todos os 2º e 4º domingos do mês, às 16h00 com Zazen aberto a todos às 18h00.

Participação no zazenkai. (Agenda a ser combinada)

Inscrições abertas

domingo, 28 de março de 2010

Workshop no Zen Vale dos Sinos



Neste sábado aconteceu o workshop sobre Análise Transacional e Psicologia Budista. Um grupo pequeno mas com a mente aberta para a experiência - A mente de principiante. Citanto Shunryu Suzuki, "Se sua mente está vazia, está pronta para qualquer coisa,; ela está aberta a tudo. Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito."

E lembrando sempre: Quem é você?

"Eu não sou eu.
Eu sou aquele
que caminha a meu lado, sem que eu o enxergue,
que eu visito frequentemente
e que frequentemente eu esqueço.
Aquele que cala em silêncio quando eu falo,
que docilmente perdoa quando eu odeio,
que fica em pé, quando eu morro."
Juan Ramón Jimenez







domingo, 21 de março de 2010


A partir de uma proposta teórico-vivencial, este workshop
é dirigido a qualquer pessoa interessada em conhecer-se melhor e desenvolver habilidades essenciais que nos preparam para enfrentar com segurança e afeto situações adversas, tais como crises e mudanças inevitáveis que ocorrem em nossas vidas.

sábado, 20 de março de 2010

Caminhada Meditativa Cura da Terra

Vamos nos despedindo do verão e nos veremos no outono, seguindo nosso caminhar, respirando, contatando, pisando leve na nossa mãe-terra.

Introdução ao Zen-Budismo

Em clima de alegria e descontração aconteceu a oficina de Introdução ao Zen-Budismo. Que todos os buscadores sejam bem-vindos e que possam encontrar o que buscam. Para tanto...Caminhem!!!!


Compartilho algumas imagens enviadas pela amiga Laida quando do evento das Relíquias do Buda, ocorrida no CEBB. Cabe destacar o esforço e dedicação de toda a sanga, que tanto contribuiu para o sucesso do evento e da boa acolhida a todos. Agradecimentos a Lama Padma Santen, pela sua simpatia e simplicidade, pelo bem-estar que gera, em benefício de todos os seres.













segunda-feira, 15 de março de 2010


BUDISMO E DIREITOS HUMANOS

Estava eu chegando em meu trabalho e a cerca de 15m de mim assisto a seguinte cena: Um segurança baixo mas troncudo arrastando pelo pescoço um jovem franzino, entre 15-17 anos. Saiam da porta da frente do supermercado e se dirigiam para um acesso secundário que é a entrada de serviço e depósito. Apesar do jovem não opor resistência o segurança estava inflado de coragem e impunha seu autoritarismo. Certamente este jovem aprontou alguma, provavelmente furto. Se fosse assalto a mão armada o segurança não estaria tão valente.

Eu sou uma monja zen - gaúcha. Apeo do meu carro como quem apea do cavalo e tento intervir na cena, mais como um contraponto.

Esta prática de pegar o sujeito no flagra, principalmente no comércio, e levá-lo para “os fundos” é muito comum, banalizada inclusive.

Porém, merece nossa reflexão por ser um procedimento que autoriza qualquer forma de violência e sem que ninguém tome conhecimento por ser feita lá no fundo, no canto, na salinha de tortura e de humilhação. O transgressor se transforma em vítima sem direito a defesa, a mercê de alguém que não tem autoridade legítima para emitir qualquer julgamento, numa “execução sumária”. E, o que é pior, com o consentimento ou omissão das instituições que deveriam estar preocupadas com o bem-estar da população como um todo. Sim, pois os serviços de comércio e industria não deveriam visar somente o lucro de seus proprietários. Estas instâncias tem uma função social e deveriam se responsabilizar por isto.

Este segurança não está ali a toa. Justamente ele foi selecionado por apresentar o perfil desejado pela empresa.

Ligo para Brigada Militar na esperança de que algum órgão legalmente constituído pudesse ao menos ser o mediador. Explico a situação. Até onde tenho conhecimento não deu nada. Parece que é omissão por todos os lados e a “solução” é deixar mesmo dar um “cagaço” no guri. Só que esse “guri” já deve ter levado tanta porrada sem ninguém para olhar por ele que logo ali ele vai estar reproduzindo a violência que ele já tem sofrido tanto. Violência gera violência, opressão gera opressão.

Não estou propondo absolvição do transgressor . Estou propondo que seja guardada a devida proporção no manejo desse tipo de situação.

Existe alguma pesquisa séria que comprove que pequenos furtos tragam prejuízos importantes para uma cadeia de lojas ou supermercados? Algo que justifique tal atitude?

Me parece ser mais uma postura opressora e que tem a ver com classes sociais.

Que tal se este procedimento passe por uma séria revisão, por uma reflexão e quem sabe se possa dar um novo encaminhamento. Pois algo todos temos em comum. – Todos desejam a paz e menos violência.

Temos que aprender a materializar isto.

quarta-feira, 10 de março de 2010


PALAVRAS DO DARMA

Por Sensei Coen Roshi

“ Não somos iguais, não. Somos únicos. Porém, pertencemos a mesma espécie.

Como diz Leonardo Boff: “homo sapiens, homo demens”. Sábios e dementes.

Podemos fazer o bem. Podemos cuidar da terra e de todos os seres com ternura e compaixão. Podemos perceber a riqueza e a variedade da vida. Mas também podemos fazer o mal. Podemos maltratar a terra e os seres. Podemos não perceber a riqueza e a variedade da vida e nos tornarmos fundamentalistas.

A escolha é de cada um de nós. Aqui é a terra pura. Agora é o momento sagrado. Inspirando e expirando. Estamos nos transformando com a mãe terra e todos os seres. Precisamos uns dos outros e, entre nós, precisamos nos misturar como água e leite, e não como óleo e água."

domingo, 7 de março de 2010



O Centro de prática Zen Vale dos Sinos promove um workshop teórico - vivêncial, onde serão trabalhados alguns instrumentos da Análise Transacional e sua utilização prática do dia-a-dia. O workshop se propõe também ir além, quando introduz a Psicologia Budista e sua contribuição para um entendimento mais amplo e pleno do ser humano e suas questões existênciais.

sexta-feira, 5 de março de 2010


QUEM SOU EU?

Após minha ordenação, que ainda não faz 1 ano, passei a me atrapalhar muito ao atender o telefone. Eu já não sabia mais me nomear. Já não era mais a Vânia que eu conhecia. Havia necessidade de me recriar completamente. Algo parecido aconteceu quando eu me separei e troquei meu nome, retomando o sobrenome do meu pai. Hoje parece que a coisa mudou e há mais consciência de que a mulher renegar o nome do pai é uma atitude motivada pelo falocentrismo e tentativa de manter a familia patriarcal conservadora.

Atualmente ao atender o telefone, pergunto com quem a pessoa deseja falar: Será com a Vânia dona de casa, a mãe, a filha, a psicóloga, a vizinha, a amiga? Com a Kokai, com a Monja Kokai quando há mais formalidade? Num primeiro olhar, o que define e determina nossas ações são os papéis que vivemos na vida. Se “pula” de um papel para outro o tempo todo. E nesse script já está inscrito tudo o que se espera da pessoa qua vai ocupar esse papel, esse lugar. Quais são as atribuições, ou seja, o quê fazer, cômo fazer, quando fazer...compondo um personagem. Aparentemente um lugar de ação onde determinadas competências são esperadas. Papel de mãe, pai, amigo, filho, sacerdote, médico, empresário, professor, etc. O Ego tem que ter uma capacidade adaptativa para poder circular entre esses papéis com o mínimo de atrito. Mas será que era desse Ego que Bodhidarma falava quando disse que ele não sabia quem era? Claro que não. Ele estava além do Ego e Não-Ego.

Eu estou falando justamente do contrário. É do Ego que nos define enquanto pessoa, uma identidade, compreendida a princípio, como única e singular. Tudo tem início em cada um de nós e só podemos contar com o ego que temos. Ele é o ponto de partida. Então nos aliemos a ele sem desprezar nenhum pedacinho dele. Eu pessoalmente, acolho todos os Eus, todos os Egos que já fui, desde àquela menina assustada e observadora, que desde pequeninha respondia pra qualquer coisa “isto é relativo” .Acolho também àquelas partes desprezíveis e feias, as mágoas, ranços, fraquezas, rabugiçes ,vícios (sobre isto gostaria de dizer que já parei de fumar) . Enfim, é nos dispormos a nos conhecer, como funciona esse meu ego, do que ele precisa para se fortalecer, onde ele precisa de amparo, contenção, limites, enfim, avançar e amadurecer . O ego deve ser visto como um aliado para atingir a tão cobiçada paz mental. Deve-ser ter cuidado para algumas interpretações equivocadas que dizem respeito a “abandonar o ego”. Esse mesmo ego é o que nos coloca em encrenca mas tb é o que nos liberta. O ego para se constituir tem demandas auto-preservativas e narcísicas que devem ser suficientemente atendidas. A partir da construção da identidade a mente egóica começa a fazer discriminações: eu – tu , e por aí vai toda uma sequencia de divisões, cisões, dualidades dilemas, conflitos, . Nosso ego limitado lida melhor com as partes do que com o todo, sendo que para isto deverá evoluir com esforços . Para a maioria da humanidade já é um desafio enxergar o que tá na ponta do nariz...sem ditorções. A prática do zen, do zazen, nos ajuda nessa expansão mental.

Quando Dogen atingiu a iluminação “deixando cair corpo e mente”, ele tinha um conhecimento profundo de si mesmo. Só podemos abrir mão do que temos, do que conquistamos, do que conhecemos...caso contrário, do que vamos abrir mão?

“Estudar o Budismo é estudar a si imesmo

Estudar a si mesmo é esquecer-se de si mesmo

Esquecer-se de si mesmo é estar uno com todas as coisas.”

Mestre Dogen

quarta-feira, 3 de março de 2010


QUEM SOU EU?

Além do budismo fundante , na figura de Buda Shakiamuni, outros momentos na linha do tempo são marcantes na história do zen. No século VI, a vinda de Bhodidarma ( 28º ancestral deste Buda – Bodaidaruma em japones) da India para China, com a missão de transmitir os ensinamentos budistas.

Ele foi o responsável pela introdução do Zen na China , que depois, no século XIII, Mestre Dogen, trouxe da China para o Japão. Chegando na China, Bodhidarma encontrou um budismo erudito, filosófico e metafísico. Imaginem quanto “papo-cabeça” não aconteçia. Como Bhodidarma era muito sábio, um mestre respeitado nas dez direção, era de poucas palavras. Sua prática consistia no zazen, e ficou 9 anos meditando. Os chineses se referiam a ele como o” bramane que medita de frente pra parede”.

Conta uma história que Bodhidarma foi levado à presença do imperador Wu, que estava ansioso por conhecer esse grande sábio, e receber alguma aprovação para os seus devotados trabalhos. Ele então perguntou a Bhodidarma:

- Nós construimos templos, copiamos as santas escrituras, ordenamos monjas e monges. Que méritos temos nesta conduta?

- Nenhum mérito. Diz o mestre.

O imperador chocado, volta a perguntar:

- O que é então sagrado?

- Nada é sagrado. Este princípio existe em tudo.

O imperador então indaga:

- Quem és, então, para ficares em pé diante de mim?

O mestre responde:

- Não sei, majestade.