terça-feira, 14 de janeiro de 2014

HOMENAGEM A MINHA MESTRA NO ANO NOVO - ANO BUDA 2580



OFERTA DA PEQUENA CRIANÇA À MINHA MESTRA DE ORDENAÇÃO.
QUE SEU CORPO-DARMA SEJA COMO UM DIAMANTE INQUEBRANTÁVEL, 
TENHA PRÓSPERA LONGEVIDADE ILIMITADA E INÚMEROS RELACIONAMENTOS DE 
GRANDES CONGRATULAÇÕES.
NOVE REVERÊNCIAS. 


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

UMA HISTÓRINHA BONITINHA PARA CONTAR

                                                                 


Tirei a manhã para limpar minha casa. Estava na sala, que fica de frente para calçada. De repente começo a ouvir muitos pássaros gorjeando. Atraída pela sinfonia vou para à frente da casa e o que eu vejo foi  surpreendente. É como se fosse uma assembléia de pássaros, todos empoleirados nos fios de telefones e de luz, mas todos falando ao mesmo tempo, aflitos para serem ouvidos, assim cada um querendo gritar mais alto. Eram sabiás, bem-te-vis, muitos pardais, acho que era um pica-pau e vi que tinha até um beija-flor. No total eram em torno de 20 passarinhos. Em seguida minha gata se encaminha, sorrateira para um canto do pátio. Me antecipo para chegar antes dela, e dos cachorros que também já estavam a postos. Quando me aproximo vejo um filhotão de João de Barro no chão. Ou seja, aquele alarido todo era para “avisar” que àquele serzinho estava ameaçado de ir parar entre os dentes da gata ou dos cachorros.
O pego rapidamente. E agora? Que faço?
Percebo que ele tem uma bola do tamanho de uma bolinha de gude grudado na garra e outra bolinha se formando na outra. Concluí que ele havia se lançado em seu primeiro vôo do ninho, mas em desvantagem, pois esses corpos estranhos o impediam de voar. Pensei que pudessem ser tumores. Que faço? Segurando o pássaro com uma mão e com a outra procurando uma caixinha para colocá-lo dentro. Intuitivamente o coloquei dentro da caixa, dei-lhe pão integral( não com chimia sua bobinha) e água.
Parei tudo e fiz o que tinha que ser feito naquele momento. O levei para veterinária que atende meus cães e gatos. Ela disse que realmente pareciam tumores mas que ela não trabalha com aves , e me indicou um colega.
Volto para casa com o passarinho. À tarde fui para o consultório. Uma paciente que nunca atrasa me ligou avisando que o pneu do carro furou e que ela atrasaria. Como o veterinário fica a duas quadras do meu consultório ( vantagem de morar em cidade pequena), pego a caixa e corro para lá. Por sorte ele estava lá e disponível, já que não avisei que iria. Ele, muito atencioso e habilidoso, atende o serzinho, e maneja daqui, dali, fuça com uma tesourinha e solta o “tumor” – esterco, ou seja, merda e palha do ninho.
Ele recomenda que o filhote de João de Barro fique mais um dia na caixa para desestressar e que depois posso soltá-lo.
No outro dia o levo para um clube mais retirado, bem arborizado, sem gatos e cães na volta. Coloco a caixa dentro do carro e rumamos para o clube. Nas proximidades muitos pássaros cantando. Quando ele escuta aquilo, se agita dentro da caixa e começa a cantar também. Um som forte, estridente, de quem estava a plenos pulmões, sedento de liberdade e de vida.
E agora o desfecho dessa historinha. Abro a caixa e ele sai feito um torpedo lá de dentro. Inicialmente um vôo curtinho, pousa na grama e saltita. Um senhor ou senhora João de Barro se aproxima e pousa no tronco de uma árvore , pertinho do filhote, que atraída , se dirige ao tronco. A cena, só vendo, ele saltita em direção ao pássaro adulto, que por sua vez, saltita subindo para a copa da árvore, o pequeno segue seguindo ...até que ambos se lançam num vôo, dessa vem bem sucedido.