segunda-feira, 15 de março de 2010


BUDISMO E DIREITOS HUMANOS

Estava eu chegando em meu trabalho e a cerca de 15m de mim assisto a seguinte cena: Um segurança baixo mas troncudo arrastando pelo pescoço um jovem franzino, entre 15-17 anos. Saiam da porta da frente do supermercado e se dirigiam para um acesso secundário que é a entrada de serviço e depósito. Apesar do jovem não opor resistência o segurança estava inflado de coragem e impunha seu autoritarismo. Certamente este jovem aprontou alguma, provavelmente furto. Se fosse assalto a mão armada o segurança não estaria tão valente.

Eu sou uma monja zen - gaúcha. Apeo do meu carro como quem apea do cavalo e tento intervir na cena, mais como um contraponto.

Esta prática de pegar o sujeito no flagra, principalmente no comércio, e levá-lo para “os fundos” é muito comum, banalizada inclusive.

Porém, merece nossa reflexão por ser um procedimento que autoriza qualquer forma de violência e sem que ninguém tome conhecimento por ser feita lá no fundo, no canto, na salinha de tortura e de humilhação. O transgressor se transforma em vítima sem direito a defesa, a mercê de alguém que não tem autoridade legítima para emitir qualquer julgamento, numa “execução sumária”. E, o que é pior, com o consentimento ou omissão das instituições que deveriam estar preocupadas com o bem-estar da população como um todo. Sim, pois os serviços de comércio e industria não deveriam visar somente o lucro de seus proprietários. Estas instâncias tem uma função social e deveriam se responsabilizar por isto.

Este segurança não está ali a toa. Justamente ele foi selecionado por apresentar o perfil desejado pela empresa.

Ligo para Brigada Militar na esperança de que algum órgão legalmente constituído pudesse ao menos ser o mediador. Explico a situação. Até onde tenho conhecimento não deu nada. Parece que é omissão por todos os lados e a “solução” é deixar mesmo dar um “cagaço” no guri. Só que esse “guri” já deve ter levado tanta porrada sem ninguém para olhar por ele que logo ali ele vai estar reproduzindo a violência que ele já tem sofrido tanto. Violência gera violência, opressão gera opressão.

Não estou propondo absolvição do transgressor . Estou propondo que seja guardada a devida proporção no manejo desse tipo de situação.

Existe alguma pesquisa séria que comprove que pequenos furtos tragam prejuízos importantes para uma cadeia de lojas ou supermercados? Algo que justifique tal atitude?

Me parece ser mais uma postura opressora e que tem a ver com classes sociais.

Que tal se este procedimento passe por uma séria revisão, por uma reflexão e quem sabe se possa dar um novo encaminhamento. Pois algo todos temos em comum. – Todos desejam a paz e menos violência.

Temos que aprender a materializar isto.

Um comentário:

  1. Oi, Monja.
    Mto ineteressante o seu texto.
    Vou fazer algumas reflexões q me vieram a mente depois de lê-lo...
    Acredito q se a postura opressora de seguranças e policiais fosse trocada por uma postura de preocupação e tratamento social as coisas melhorariam.
    Axo detestável esse negócio de vc ligar p a polícia e se vc n disser q os ladrões te levaram algo, eles n aparecem p te dar uma assistência!!!
    Esses dias passei por isso...
    Tb já trabalhei num supermercado e vi a msm ação, mas no lugar onde eu trabalhava, o segurança pegou o jovem e o levou aenas p fora do mercado e disse q se ele entrasse novamente aí o negócio seria ruim...
    Eu axei essa atitude mais correta: colocar medo com palavras...
    Espero q goste das minhas reflexões.
    Caso queria dar alguma resposta, aki vai meu email: jaao_87@supercabo.com.br

    =**, Jowzinha

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