segunda-feira, 26 de abril de 2010

Música: Que linguagem é essa?


Sidarta Gautama, após 6 anos de ascese, submetendo o corpo a muitas privações, enfrequece tanto a ponto de colocar sua vida em risco. A pastora Sujata o alimenta com arroz doce e enquanto ele se recupera, contempla o rio a sua frente. Chega até ele o som melodioso de um instrumento de cordas. Vem de uma embarcação que passa pelo local. Ele percebe então que se as cordas desse instrumento estivessem muito frouxas, não haveria som, assim como, se estivessem muitos esticadas, também não, podendo arrebentar. Algo semelhante acontecia com a sua prática. Decide então que o caminho do meio seria o meio hábil para ele prosseguir na sua caminhada.

A música inspirando o Buda. Bravo!

As artes desempenham um importante papel na educação e na cultura de massa de um povo. O teatro, o cinema e a musica são agentes transformadores de realidade por promoverem experiências sensibilizadoras.

Pensando na música em particular, crianças que desde cedo tem contato com algum instrumento musical ou que são estimuladas a cantar, tonam-se mais sensíveis e responsáveis. A educação de um povo pode ganhar muito se houverem investimentos nessa área. O ditado popular já diz que “quem canta seus males espanta”. As pessoas que cantam ou que apreciam uma boa música são mais felizes, contemplativas, reflexivas.

Os homens falam de amor através da música. Outras canções portavozeiam as injustiças e dores do mundo, são denuncias cantadas, desabafos cantados, saudades cantadas, alegrias cantadas, sofrimentos cantados.

Um dia, entre as décadas de 50-60, o produtor da cantora Etta James (vídeo), quando ela estava na fase do alcool e das drogas, lhe disse para cantar a sua dor, ao invés de vivê-la. Ela expressou através do blues e jazz seus sofrimentos e até hoje nos encanta com suas interpretações.

Entre nós temos muitos poetas cantores. “Vencedor”, dos Los Hermanos, um trechinho:


“Olha lá quem vem do lado oposto

E vem sem gosto de viver

Olha lá que os bravos são escravos

Sãos e salvos de sofrer

Olha lá quem acha que perder

É ser menor na vida

Olha lá quem sempre quer vitória

E perde a glória de chorar.

Eu que já não quero mais ser um vencedor,

Levo a vida devagar pra não faltar amor.”


Nosso querido poeta Cazuza, com seu “Blues da Piedade.”

“Agora vou cantar pros miseráveis

Que vagam pelo mundo, derrotados

Pra essas sementes mal plantadas

Que já nascem com caras de abortadas

Pra pessoas de alma tão pequena

Remoendo pequenos problemas

Querendo sempre aquilo que não tem

Pra quem vê a luz

Mas não ilumina suas mini-certezas

Vive contando dinheiro

E não muda quando é lua cheia

Pra quem não sabe amar fica esperando

Alguém que caiba no seu sonho.

Vamos pedir piedade, Senhor piedade!”


E, finalmente, para quem me conhece, sabe que não poderia faltar “Engenheiros do Hawaí”, que, com uma inteligência aguçada, irreverência e uma sólida dose de ironia, as vezes, chegando ao sarcasmo, bate forte nas ilusões, aponta a lucides e convoca a sensatez.


Um trechinho de “A Força do Silêncio.”

“ E eu tenho fé na força do silêncio

A fé que me faz aceitar o tempo

(...)

E assim mergulhar no escuro

Pular o muro

Pra onda passar...”



Um comentário:

  1. OLá,Monja!!!
    Belo texto sobre uma coisa tão bela!!!
    Adoro música...
    Engenheiros é magnífico!!!
    Sempre com suas jogadas de palavras, idéias inteligentes e versos lindos!!!
    Cazuza tb mto emocionante assim como Los Hermanos tb tem boas músicas p bons momentos de reflexão!!!
    Gosto mto de escutar reggae music pq além de ser um som bastante traquilo, mas as vzs dançante, as suas letras sempre falam de paz, amor e igualdade e isso é mto maravilhoso.
    Contrastando com isso, ouço sempre tb heavy metal q nem sempre tem letras demoniacas como a maioria pensa, mas sim letras q n passam de histórias.
    Música é ótimo!!!
    Remédio p alma!!!

    =**, Jowzinha

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