segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Somente quem vive com a terra uma relação
de amor escuta a voz da pedra.”
Marcelo Barros
A Noite do Maracá

Assim também...

Somente quem vive com o Zen
uma relação de amor e confiança,
consegue ouvir a voz do sino,
o chamado do han,
a entrega no sampai,
e adentrar no vazio das possibilidades.”

Por mais que...

Nos extremos das possibilidades do vazio
É preciso ajustar-se ao ar rarefeito
das incertezas...

Busco expressar em palavras as motivações que podem levar alguém a se tornar um praticante Zen-Budista. Este é um desafio difícil de responder plenamente, pois, como já disse anteriormente, o zen está além das palavras. A vivência no zen é pessoal e intransferível. Apesar disso, é possível algumas especulações, a partir das minhas vivências e observações.
A maioria das pessoas estabelece seu primeiro contato com o Zen-Budismo movidos pela curiosidade, o que não deixa ser uma boa razão. Geralmente simpatizam com o Budismo e nem sabem que existem diferentes escolas e tradições. É comum trazerem consigo alguma expectativa, geralmente de obterem mais calma, sentirem-se mais em paz, “mais zen”, como os leigos se referem. Trata-se de um zen para consumo próprio, como alguns que vieram em busca do zazen(meditação) porque tinham um concurso, um vestibular pela frente. Sem problemas, que bom se a meditação pode ajudá-los. É essa sua travessia no momento!
Tem os que vem por modismo, mas estes geralmente permanecem muito pouco tempo, ou sua participação é muito irregular , faltando consistência e compromisso consigo mesmo, que dirá com o grupo de praticantes(sanga).
Tem o buscador, aquele que realmente está buscando um caminho espiritual que contemple suas necessidades. Se este buscador já possui suficiente informações a respeito do Zen-Budismo, ele já sabe mais ou menos o que vai encontrar, e pode até sentir um alívio, pois achou o que procurava. Muitas vezes quem não sabe o que quer não encontra quando acha, como diz um ditado. Assim, quem sabe o que quer, encontra quando acha.
Por tratar-se de uma prática religiosa é compreensível e esperado que pessoas em sofrimento busquem o zen. Nossa humanidade, como dizia Nietzsche “ demasiadamente humanos...”. Nossa natureza humana frágil, expressando sua confusão, solidão, desamparo, medo, inconformidades, frustrações, inquietudes... Questões centrais do viver a vida.

Até mais!
Gasshô

Um comentário:

  1. Olá, Monja!!!
    Já tem algum tempo q procuro descobrir sempre mais coisas sobre o budismo por me considerar uma pessoa mto espiritualista e gosta de sentir a energia nas coisas simples da vida buscando sempre a paz e o crescimento interno.
    Sou estudante de Filosofia e recentemente, tenho entrado em contato com a monja Coen p me dar alguns ensinamentos e tem sido ótimo!!!
    Mto está me ajudandoaprender a se acalmar, a olhar p natureza como ponto importante e principalmente p dentro de si!!!

    =**, Jowzinha

    ResponderExcluir